quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Seu Pedro,

Primeiramente, permita-me chama-lo de senhor. Não me leve a mal, não é pela idade – de jeito nenhum –, mas pelo respeito. Como o senhor bem a conhece, minha mãe me ensinou desde cedo que a pessoas mais velhas e experientes devemos respeito, e temos o senso comum de que esse vocativo é cordialmente utilizado para este fim. Portanto, com o senhor, Seu Pedro, não seria diferente. Tenho o senhor como um parente relativamente distante, mas não mais que de segundo grau – aquele que é primo de um dos pais ou até mesmo primo do primo – devido à aproximação e à grande estima que tenho pelo senhor e pelos seus. Sim, senhor, sei que pode parecer exagerado falar assim, principalmente pelo fato de que nunca, nem sequer conheci pessoalmente algum membro de sua família. Acontece que sinto-me convidado a adentrar pelas portas de sua residência cada vez que vejo retratos e retalhos dos seus pequenos ou dos pais deles – sim, você e sua esposa, reluzente como a lua. Preciso abrir espaço para uma confissão. Sonho em ser pai; em construir e desenvolver saudavelmente o meu lar com meus filhos e minha (futura) esposa. E o senhor, senhor Pedro, me impulsiona a acreditar ainda mais nesse sonho. São palavras e imagens – tem casamento mais bem arranjado do que esse? – que são comuns aos dias comuns, mas que, vira-e-mexe, viram e mexem com nossos meus pensamentos. Quanta sensibilidade! De fonte seca o senhor não tem nada. Sou grato ao senhor por compartilhar com muitos um pouco do prisma sobre o qual o senhor enxerga o mundo. Há tantas outras cores além daquelas comumente vistas e que são tão bonitas quanto. Qualidades como essas não se encontram em toda loja e não se valorizam em qualquer família. Desejo que suas virtudes sejam multiplicadas e que seus valores sejam sempre comedidos; que seu vigor seja perene e que seu amor nunca cesse.

Carinhosamente,

Eric Leuthier

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